Muita arte na rede Ello. Visualize:

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Entre cada palavra um deserto, Henri Meschonnic. Tradução ao português de Diego Grando.



entre chaque mot un désert
à l’intérieur des mots le
désert
et à chaque lettre je
suis reconnaissant
au silence
pour ce qu’il m’a permis de

crier


 ***

entre cada palavra um deserto
no interior das palavras o
deserto
e em cada letra eu
sou grato
ao silêncio
por tudo que me permitiu
gritar


Tradução Diego Grando



Henri Meschonnic, (Paris, 18 de setembro de 1932 – Villejuif, 8 de abril de 2009) foi um poeta, tradutor, linguista, teórico da poesia e da tradução francês.

OUVERTURE DO BLOGUE: A RIMA E A VIDA


Teorizam a poesia. Mortificam a poesia. Eu mesmo. Mas poesia é somente ritmo, na essência. Desde a separação da música. Ficou o som do falado e o seu ritmado. O resto veio depois.
A não ser que poesia seja todas as artes, como quiseram os aristóteles. E podem estar certos.
Mas, para mim, ritmo é que é vida. Esse é o meu partido. Isso é o que me importa. Daí, a poesia é a fala ou o falado, ou oral, uma imitação escrita do falado.
Daí, a poesia é nos arremessarmos para a vida, como poderia dizer Maiakóvski. E cada coisa da nossa memória tem um ritmo, uma música. Nós mesmos, talvez tenhamos um ritmo, talvez a nossa pulsação. Mesmo imagens têm um ritmo, assim como uma sintaxe, se pretendem ser poesia.
E, Rima, Rima marca uma cadência do ritmo. Por isso é que a Rima, se fazemos analogia do ritmo com a vida, pode ser um momento marcante da vida. Coisa simples.

Agradeço a Henri Meschonnic por me inspirar tais palavras. E com tais palavras que não honram justamente a grandeza do mestre, homenageio a meu modo este grande poeta, tradutor e linguista da poética, morto no ano passado, ano de 2009.



...

Somente a título de inaugurar os trabalhos deste blogue, RIMAEVIDA, tudo junto, amador de quem ama, que conta com traduções e recriações de poemas, comentários (anti) críticos pelo dono da bola, um ou outro poema  do mesmo.

Com fins de divulgar gratuitamente o conhecimento da boa poesia (para que outros possam, depois, vendê-la?), criticar vialinguagem-mente e, eventualmente, extravasar alguma coisa que o autor do blogue tem engasgada (o que se faz possível porque não se pode deixar um blogue parado).

Tenho certeza, que nenhum autor aqui propagado se ofenderia com a idéia desta amadora de quem ama homenagem.
E, se nos encontrarmos na mesma rima, eu e você, conforme um escrito de Paulo Leminski, isso trará alegria a todos.

Boas leituras, com bons olhos e pulsação de gente boa.

Adrian'dos Delima (ou só Adriano de Lima, caso queiram me condenar ou louvar pelo nome).

Vida, minha, rimando com estar vivo.