Muita arte na rede Ello. Visualize:

Muita arte na rede Ello:

sábado, 23 de dezembro de 2017

Poema de e,e, cummings sobre os idosos que governam o mundo. Tradução ao português Adrian'dos Delima.








             oDE

o

the sweet & aged people
who rule this world ( and me and
you if we’re not very
careful)

O,

the darling benevolent mindless
He–and She–
shaped waxworks filled
with dead ideas  ( the oh

quintillions of incredible
dodderingly godly toothless
always-so-much-interested
in-eveyibody-else’s-business

bipeds ) OH
the bothering
dear unnecessary hairless
o


ld


***


            oDE

ó

as pessoas doces e idosas
que governam esse mundo  (e eu e
tu se não tivermos muito
cuidado)

Ó,

os queridos tapados benévolos
Ele__e Ela__
moldados em cera cheios
de ideias mortas  ( os oh

quintilhões de incríveis
tremulamente incapazes devotos
sempre-tão-interessados
nos-negócios-dos-outros

bípedes ) OH
os incômodos
caros calvos desnecessários
velh

ohs


e.e. cummings
Tradução Adrian’dos Delima








sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Poema LXX, de Trilce, César Vallejo, tradução ao português de Fred Girauta.



César Vallejo, Trilce LXX


Todos sorriem do desleixo com que vou ao fundo, celulárico 
de comer bem e bem beber.

Os sóis andam sem jantar? Ou há quem
lhes dê grãos como aos passarinhos? Francamente,
eu não sei disso quase nada.

Oh pedra, almofada benfazeja enfim.
Amemo-nos os vivos aos vivos, que
às boas coisas mortas será depois. Quanto temos que 
querê-las
e estreitá-las, quanto. Amemos as atualidades, que sempre não 
estaremos como estamos.
Que interinos barrancos não há nos essenciais cemitérios.

O carreto vai no empino, a pico. A jornada nos esmaga o miolo, com sua 
dúzia de escadas, escaladas, em horizontizante frustração de pés, 
por pávidas sandálias vacantes.

E trememos avançar o passo, que não sabemos se topamos com o 
pêndulo, ou se com ele já cruzamos.

Tradução Fred Girauta


***

Todos sonríen del desgaire con que voyme a fondo, celular de comer
bien y bien beber.

Los soles andan sin yantar? O hay quien
les da granos como a pajarillos? Francamente,
yo no sé de esto casi nada.

Oh piedra, almohada bienfaciente al fin. Amémonos os vivos a los
vivos, que a las buenas cosas muertas será después. Cuánto tenemos que
quererlas
y estrecharlas, cuánto. Amemos las actualidades, que siempre no
estaremos como estamos.
Que interinos Barrancos no hay en los esenciales cementerios.

El porteo va en el alfar, a pico. La jornada nos da en el cogollo, con su
docena de escaleras, escala das, en horizontizante frustración de pies,
por pávidas sandalias vacantes.

Y temblamos avanzar el paso, que no sabemos si damos con el
péndulo, o ya lo hemos cruzado.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Le bruit des cabarets de Paul Verlaine, em tradução de Ricardo Silvestrin.




O som dos botequins...

O som dos botequins, a lama do meio-fio,
Os plátanos que se descascam no ar sombrio,
O ônibus, furacão de ferragem e breu,
Que range, mal assentado sobre cada pneu,
E rola os olhos verdes e rubros lentamente,
Os obreiros diante do clube, todos fumantes
Com os seus pitos nas narinas da polícia,
Teto com goteira, muro que é só caliça,
Asfalto gasto, rio de sujeira rumo ao bueiro,
Minha rota é assim - com o paraíso no fim.


Tradução de Ricardo Silvestrin

***

Le bruit des cabarets...


Le bruit des cabarets, la fange du trottoir,
Les platanes déchus s’effeuillant dans l’air noir,
L’omnibus, ouragan de ferraille et de boues,
Qui grince, mal assis entre ses quatre roues,
Et roule ses yeux verts et rouges lentement,
Les ouvriers allant au club, tout en fumant
Leur brûle-gueule au nez des agents de police,
Toits qui dégouttent, murs suintants, pavé qui glisse,
Bitume défoncé, ruisseaux comblant l’égout,
Voilà ma route – avec le paradis au bout.