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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Dois poetas alemães contemporâneos, em poemas visuais e fonéticos, dispensando traduções. Ernst Jandl e Ferdinand Kriwet.





dois alemães que desnecessitam tradução

Em um poema que não necessita de tradução, Ernst Jandl  (Viena, 1925), considerado, às vezes, como um poeta concreto, fragmenta a palavra “Napoleon” (Napoleão), certamente fazendo uma referência ao último líder político da Revolução Francesa, o qual pode ter distorcido o espírito desta. Desta forma, Jandl desmonta a palavra e dispõe seus fonemas de forma um tanto distorcida e burlesca, criando um efeito cômico para criar sua "Ode ao N", naquilo que costumamos chamar um “poema sonoro”, “poesia fonética” ou “sound poetry”. Nada que não se fizesse no início do século XX.  Porém, diferentemente do que faz Jandl aqui, os primeiros poetas sonoros criavam com o intuito niilista de dizer nada, ou dizer simplesmente algo profundamente inconsciente ou primitivo.  

ARQUIVO DE áUDIO DO POEMA - 1977

Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito


ode auf N

lepn
nepl
lepn
nepl
lepn
nepl
o lepn
o nepl
nnnnnnnn
lopn
paa
lopn
paa
o nepl
o lepn
plllllll
lepn
plllllll
lepn
plllllll
nepl
lepn
plllllll
lopn
paa
noo
paa
noo
papaa
noo
nonoo
nononoo
nonononoo
paa
pl
paa
pl
pl pl
ononn
onononn
ononononn
lepn
eoooo
lepn
eoooo
nepl
ananann
nepl
anananann
eoooo
eoooo
lepn
eoooo
lepn
lepn
eoooo
eoooo
eooooooo
nnnnnnnnnnnnn
pllllllllll
pl
na
naaa
naaaaaaa
naaaaaaaaaaaa
naaaaaaaaaaaa
naaaaaaaaaaaa
pooleon
pooleon
poleeeon
pooleon
poleeeon
naaaaaaaaaaaa
pooleon
poleeeon
naaaaaaaaaaaa
poleeeon
poleeeon
naaaaaaaaaaaa
pooleon
poleooon
pooleon
poleoooon
naaaaaaaaaaaa
nanaa
nanaa
nananaa
nanananaa
naaaaaaaaaaaa
poleoooon
naaaaaaaaaaaa
pooleon
pooleon
poleeeon
poleeeon
poleeeon
poleoooon
poleoooon
ooooon
ooooon
ooooon
lllllllllllllllllllllllllllllll



(Ernst Jandl: Laut und Luise. Poetische Werke 2, S. 41)











Poeta e artista visual, concreto e sonoro, neste primeiro poema chamado "O poeta em ação" , Ferdinand Kriwet (3 de agosto de 1942, Düsseldorf) dispensaria as palavras, embora não as dispense de fato. É o que se nota na sequência. Poesia visual pura.






















 


Fantástica Fábrica de Chocolates de Ferdinand Kriwet, Dusseldorf,
Exposição em 2011:
Yester 'n' Today.


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