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quinta-feira, 15 de março de 2012

John Ashbery: Obrigado por coisa nenhuma, um poema traduzido ao português por Adrian'dos Delima.



Obrigado pela nãocooperação, poema de "A Wave ",  John Ashbery, 1984.




-          T h a n k  Y o u  F o r  N o t  C o o p e r a t i n g             - 

   
Down in the street there are ice-cream parlors to go to
and the pavement is a nice, bluish slate-gray. People laugh a lot.
Here you can see the stars. Two lovers are singing
separately, from the same rooftop: “Leave your change behind,
leave your clothes, and go. It is time now.
It was time before too, but now it is really time.
You will never have enjoyed storms so much
as on these hot sticky evenings that are more like August
than September. Stay. A fake wind wills you to go
and out there on the stormy river witness buses bound for Connecticut.
And tree-business, and all that we think about when we stop thinking.
The weather is perfect, the season unclear. Weep for your going
but also expect to meet me in the near future, when I shall disclose
new further adventures, and that you shall continue to think of me.”

The wind dropped, and the lovers
sang no more, communicating each to each in the tedium
of self-expression, and the shore curled up and became liquid
and so the celebrated lament began. And how shall we, people
all unused to each other and to our own business, explain
it to the shore if it is given to us
to circulate there “in the near future” the why of our coming
and why we were never here before? The counterproposals
of the guest-stranger impede our construing of ourselves as
person-objects, the ones we knew would get here
somehow, but we can remember as easily as the day we were born
the maggots we passed on the way and how the day bled
and the night too on hearing us, though we spoke only our childish
ideas and never tried to impress anybody even when somewhat older.


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-  G r a t o  p e l a  n ã o-c o o p e r a ç ã o  -






Descendo a rua têm casas de sorvete para ir lá
e o pavimento é um suave, azulado cinza-ardósia.  As pessoas riem alto.
Aqui você pode ver as estrelas. Dois amantes estão cantando
separadamente, do mesmo telhado: "Deixa pra trás teu troco,
deixa tuas roupas e vai embora. São horas já.
Eram horas também antes, mas agora são mesmo horas.
Você nunca vai ter curtido tanto os temporais
como nessas noites pegajosas quentes que estão mais para março
que abril.  Espere.  Um vento dissimulado quer ver você ir
e lá fora no meio do rio tempestuoso endossar passagens  de ônibus a Connecticut.
E assuntos-em-árvore, e tudo aquilo sobre o que pensamos quando deixamos de pensar.
O clima está perfeito, a estação pouco clara. Chore por sua ida
mas também espere me encontrar em um futuro próximo, quando hei de revelar
novas aventuras mais, e que você vai seguir pensando em mim. "

O vento enfraqueceu, e os amantes
não mais cantam, (se falando) comunicando-se um e outro no tédio
da auto-expressão, e a praia encrespou-se e ficou líquida
e assim o lamento celebrado iniciou. E como nós, pessoas
de todo incomuns uns ao outros e a nosso próprio ramo, o explicamos
para a praia se nos é dado
andar por lá "no futuro próximo" o porquê da nossa vinda
e por que nunca estivemos aqui antes? As contrapropostas
do estranho-hóspede impedem nossa construção de nós mesmos qual
pessoas-objeto, os que sabíamos que chegariam aqui
de algum modo, embora possamos lembrar tão fácil como do dia que nascemos
os vermes passados pelo caminho e como o dia vazou
e a noite ao ouvir-nos também, muito embora expressemos somente nossas idéias
imaturas e nunca tentemos impressionar alguém mesmo quando um tanto mais adulto.




                                                                              Tradução e Fotografia  e imagens Adrian'dos Delima  



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