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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Poema 4 de “A SENECA JOURNAL”, obra de Jerome Rothenberg, traduzido por Adrian'dos Delima




Alpha & Omega


1.

beaver at the beginning of
the world (they said)
he was their father master
builder god who taught his son
to hunt           progenitor of tribes

2.

by 1640
was not a beaver left
for skins in all of
New York State



Jerome Rothenberg
Salamanca, N. Y.
6. ii. 74

Extraído da revista Alcheringa (ethnopotics)
new series
volume one
number 1
1975


***


Alfa & Ômega

1.

castor no princípio do
mundo (contaram)
ele foi pai mestre deles
deus construtor que ensinou ao filho
a caça                  progenitor dos povos


2.

lá por 1640
não mais foi declarado um só castor
para pele em todo o
Estado de  Nova Iorque 


traduzido por Adrian'dos Delima
   




                                                      
               Então, os primitivos acabaram com os castores e com sua prole.




Notas:
*Este poema, dentro da linha da etnopoética publicado pela revista Alcheringa em 1975, faz um duplo registro histórico. Em um primeiro momento, registra um mito de criação de povos nativos do leste dos EUA, tal como os Chelans, para quem a figura do castor tem uma importância central nos primórdios do mundo, tendo sido criado pelo “Grande Chefe do Alto” para ser transformado, posteriormente, no primeiro humano (pai das tribos). Na segunda parte do poema, mostra o resultado da exploração pragmático-comercial da pele de castor pelo homem branco no Estado de Nova Iorque, o qual se desenvolveu, no período, graças a esta atividade. Desta forma, o homem branco destrói o símbolo da criação deste povos nativos, bem como uma das fontes da sua sobrevivência. Produzindo uma crítica sóco-histórica desde o ponto de vista dos povos mais fracos, utlizando-se dos elementos culturais dos povos nativos, deglutindo a cultura do branco ocidental para cpntestá-la, o trabalho de Rothenberg se aproxima, aqui, do Movimento Antropofágico brasileiro de Oswald de Andrade.

*Observe-se que em 1640, ano final da migração puritana, obviamente, não existia um Estado de Nova Iorque. Por isso, a palavra "State", aqui, pode subentender a idéia, por exemplo, de "estado/situação", mesmo sendo grafada com maiúscula após "New York". Bem como subentender a idéia de "Declaração de Nova Iorque".

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