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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Poema por ocasião do desaniversário das torres gêmeas, Adrian'dos Delima

EDIFICANDO NÃO EM N.Y.



vou indo pela via da dúvida

em 2016 chega a Torre da Liberdade



duvido que ela represente o que gostaria

coisa nenhuma é o próprio nome

mas não sobre isso é que represento

esta torre pode ser torre

ela presa ao perigo no xadrez do jogo de hoje

ela presa por questões de seguros

por guerra-indústria

ela presa ao maior dos lucros

sua liberdade não representa nem o nome

o próprio nome nem é

o conceito

o conceito não foi

consenso

não votado nem pensado nem visto

quase nada é o com que se parece

tem estas coisas que nem se vendo

e agora vamos andar pela Ágora

         signo é sinal de fumaça visto é sinal de alguma coisa sem ser o fogo

ele diz  que um de nós está aqui

que aí na NY talvez tem outro

a e b


uma letra substitui uma imagem acústica

um substantivo sem substância física que imagem fica

um lago representa

um espelho representa nós

gostamos de dar olá a nós mesmos

aos nossos vizinhos pela janela à nossa cidade à cidade de N.Y.

mas

chegando

em 2016 e no hoje

dentro da cosmópole é fora do mundo

de dentro ninguém vê para a rua nem sombras

o espelho as paredes espelhadas de torre representam

as pessoas se olhando o microcosmo no seu entorno nossa pequena capital por dentro

por fora

figuras pictóricas nas cavernas de vidro se representam

N.Y. se mostra

se representa o rosto de um narciso estremecido na água

são galerias

são as duas piscinas

é possível refletir-se em qualquer dois olhos

isso é o melhor


uma imagem melhora o presente

imagem representa muito até de si sendo ela mesma

muitas coisas são representadas

mas não aquela palavra

nem naquela palavra

nem aquele conceito

nem aquele conceito representa na torre aquela palavra

& torre a meu ver representa ainda uma princesa trancada

o nome dela seja libertado

Liberdade

a poesia é sua irmã

ter um irmão é ter uma chave

sou outro irmão da poesia eu e o Amor como vi em Breton em livro e enton vim querer livrar-vos

pois eu duvido de uma torre que ela livre do medo   

torres são úteis em caso de sítios de guerra e esta é talvez inútil 

Deus nos livre e guarde

eu é que não vivo eu é que não trabalho eu é que lá não vou-me

de Jeca nomeiem pra mim um nome

mas não piso nem de botas

lá onde a cicatriz dentro do buraco único

dos 3000 brota os mortos

não sou misticista

prefiro plantar coisa melhor

e daí pela via da dúvida vou indo não sei se vou num onde

eu tenho minha vida presa a meus temores

naquela cidade pra ser livre eu não fico

daqui eu construo um sinal do que daqui eu por sinais

capto

eu vi em fumaça as duas irmãs iguais

na praça vazia dos mortos desencabecem

eles perguntem à via pública a outros do seu mundo de nós menos iguais

ainda és capital

o vento não leve minha fumaça pra outros lados

bem depois do ano 16 vão embora as jaulas pra medos

não vi torre onde vivam liberdades

eu vou indo ela vem

mais certo é construir sobre

casas sobre poemas e mesmo sobre estátuas baldias

mais em paz  é sem esse espelho ver do outro lado de um vidro







9 09 2011




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