Meu casaco vai comigo
e irá sempre
até o fim
até o fim
companhia perfeita
por dentro
com carinho mãos de seda
um abraço de lã
por fora tão quente
que no frio
adormeço
Somente essa calma no ar
me inquieta
e toda vez que o vento
me encontra de frente
a angústia me abotoa
até em cima
*As atuais versões dos dois poemas de Richard Serraria
são resultado de exercício de recriação feito por Adriandos Delima em abril de 1993, na mesma década em que os textos originais foram produzidos. Embora possamos afirmar
que as versões são fiéis ao conteúdo do original, e que as imagens usadas são
as mesmas, os textos de partida do exercício foram, infelizmente, perdidos,
conforme palavras do autor, não sendo-nos possível cotejá-los agora. As alterações feitas pelo autor deste blogue foram
na maneira de expressar as mesmas imagens do original, utilizando-se de outras palavras, ou
seja, reformulando a susbstância material dos poemas (rítmica, gráfica e
fonética), porém mantendo exatamente o sentido total de cada uma das imagens
usadas pelo autor, na mesma ordem encadeadas. Os títulos foram criados no exercício praticado por Adriandos Delima. Em recente diálogo sobre a publicação destas versões, Richard Serraria afirmou que seus poemas desta época "eram individualistas e pueris". Respondi que eram "pueris como Rimbaud".
é formado em Letras-Licenciatura pela UFRGS. Na época de estudante, foi fã de Mário Quintana, pesquisador de João Cabral de Mello Neto e agitador cultural, através da propagação de fanzines no ambiente acadêmico. Posteriormente, foi professor universitário e é, atualmente, vocalista e letrista premiado da banda "Bataclã F.C.", de Porto Alegre.
Mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Serraria
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