CHUY
Nem sei de origem tua da boca
de que povo saiu
mas decerto vem da chuva caindo
oralidade que era fala do céu
mal sabido
Éolo
é o vento forte
que era filho de Posêidon
...
...
Naquelas nuvens lá que se acendem
têm o riso que precede o estrondo
Do estrondo cai um balão d’água
que estourou no alto
Não ouço o ribombar dos carnavais
lá fora
aqui até onde sempre chega o
Carnaval
Mas hoje é a noite que o Carnaval
foi embora
levando consigo os blocos dos
ladrões que vieram
rapinar a praia e também os dos
bêbados afoitos
Depois de lavar a orla
A chuva enfim acomodada vai
rumorejar com o mar
hoje de manhã
É esse o vaticínio das águas
...
Depois de
varrer o Carnaval desde o início
Éolo, o gari irônico
dançou dançou com
sua vassoura seu Carnaval
por muitos dias ainda.
14 02 2010
Poema publicado em versão antiga na revista Babel Poética 3. ← daunloude