ciclo um pouco da merda toda 2012
1. viracocheira
ó senhora
gentil ama e
lady
cocheira
que em outra era
conforme o
direito
romano ditante
apaga – 'sta –
merda – aí – toda
bufante
de carruagem dos
infantes
filhinh
os
do despapá
preocupadinho com des
necessidades
reizinhos da casa
e deste jeito
uns pré
filhinhos de uma
puta
bem criados
com
lady
babysitter
fone 98321283
tira lá gentil
dessituada
com toda esta
porqueira estacionada
na borda do
passeio
esvaziado
de pedestres em
eject pra longe
do ofego de fumo
lacrimogênio expulso
por pau oculto
como
um de qualquer
corpo suíno
um de um
dissimulado
é uma ama dando
na cara o que
não presta
o que me dizes
queres que te
digam em trovas milady
fedoreira desde
hoje fudedeira do
mundo futuro
dito
isso com
sujo-sentido
2. a ronald augusto sem de cujas sam as traduções de muitos poemas por
mim não se traduziria tal poema este aqui 2º
também cagando
paa lei e lá os dela macho dela e
fêmeas
os que as
caigaram idem
aporta sim aqui
o respeito
que não bateu na
minha porta ou
invadiu como nas
ditaduras ocidentalmente
mortas
mas sim chegou
de berço na cegonha já
que era minha
mãe carregando barriga
com meu pai
adebraçada
em um incidente
como o desses
que todos os
dias acidenta as vidas
dos transeuntes
a vergonha é
primeira que se foi ausente
e enquanto a
passar em ida
damos visto e
aceite
e não dos paus
da lei poobados per
parávoas
pero peros
sirêncios da decência que não me descem
formando sinais
que não silentes fazem de
sirenas vezes
11 09 2012
3. o carroceiro grita na manhosinha
o carroceiro grita na manhosa
seu fanho da manhãzinha
eu encorujo e eu é que não
pretendo me encorajar de ir lá no frio
pra nenhuma ver dessas verduras
só de lembrança é visualizo uma
carroça de madeira com um véio em cima gordo
puxados por um cavalo nem tanto
grita olha a meterraba
é um velho bem bagaça
sai de dentro de casa uma
senhora com o olho arregalado
segue tudo arregrado
a linha de bosta do equino não
me incomoda
a merda dos seres humanos vem de
longe num rastro
o cavalo puxar a carroça acho um
bom negócio
a rua fica limpa sem poluição o
cavalo fica saudável
a freguesia acorda cedo e come
vegetais para a saúde o cavalo pasta os carros dormitam ainda
não tem atropelo embora agora essa
vulgaridade que não vem de agora
também na conta das porqueiras
todos na historinha
ficam todos bem tratados e eu
respiro melhor aliviado
29 08 2012
4.
estrelas-anãs
quando criança
eu tamém tive a preferência
aos carros que
às carroças
vocês tamém vão
ter o seu dia de serem
grandes (como os
pequenos)
idiotas
primeiro me
vidravam os carros de corrida
mas foi pouco
depois quando
os que amam a
velocidade
com um tal de
presidente Collor
chamaram de
carroça nosso carro
e pau velho
como se a calma
e o trabalho
e o atraso
fossem a mesma bosta
mas
atraso mesmo é qualquer carro rápido
que tu pa chegar na hora
ou nunca
ele gospe fumaça
um cavalo me
disse
no trânsito de torcida entranha
e era mais
esperto que muitos
o mero pum do
carro é pior que o cocô do cavalo
nunca escuto o
cavalo dar um pio de um relincho
em meio à
sociedade
já os autos que
maleducados
uns peidões
gritões
que babugem sai
de sua bocas motoristas
e já quem sabe o
que um equino baba
o que ele diria
provavelmente
algo mais pela justiça
que tudo isso
esperam esperam
pra falar
não sei
se o falsamente
tão perto dia em breve
que os carros
passem por cima dos bi e dos quadrupedestres
não como de
tomates
nem como em um v
oo
oo
de galinha e num
voo
de ave ave
ave
a v
er
ah que é passei
mai calmo aqui embaixo
desque nada que
lencimapasse
não caia
de estrela cadente
nã
e cai caia balão
de estrela-anã
e só cá na
mi’amão
5. quem come
caga
tem um sentido
de orgulho de ter
em casa de
térreo chão
gramado também
muito terreiro
sem corte e de
folhas secas das árvores dando de pilhas
e na frente um
muro baixote para
mendigos poderem
pular e cagar
para o outro
lado de dentro
abrigado
e tem algo de
soberba eu como o mahatma reunir
tudo isso com a
merda
dessa
latrina de
párias
porque a merda
de um mendigo
é mais limpa que
a de qualquer
que ganhou pão
engolindo não
sei que porcaria
que mantenha
mesmo que em
migas
apoiada em pé
nossa estrutura
e deixe ainda ao
qualquer numa posição mais nobre
em pirâmide essa
a qualquer tal
de vocês a quem é dada a suíte faraocial
o lugar honoris
alto no mausoléu
onde foi cimento
o muito sovado
de carne sem nem
direitos dos operários
digo é melhor
continuar sentando aí na pontinha
deixando
escorrer as suas fezes liquefeitas
pelas paredes de
medo em alteranças
por vazantes dos
rios nilos
temos visto que
estas coisas terminam em autocanibalismo
e da consciência
cagada
não há santo que
limpe
a sujeira
dela sorte entre
vocês têm os que não a tenham
07 09 2012
6. primavera
das pragas
Flores que preferimos pisar. Nada pessoal. |
são o adubo que
não vai dar em nada
é época das
cores mais feias
parecem uma
espécie
de praga nos
canteiros das avenidas
as flores com
caras de candidatos
pior lançamento-estação
das primaveras já vistas
nas floreiras
quando nos
chegue o derradeiro dia da festa
da democracia
vai ser fim de
primavera da minha praga
com todas as
corolas
espalhadas para
o pisoteio
ninguém as quer
as querem
mortinhas da silva
a sujeira vai
pesar qual de outono o mais sujo
com as ruas
cobertas de panfletos para
nos adentrar no
pior
e de sempre
inverno
escuro como
nuclear ao
quadrado
e aprontando melhor
com a gente pra as coisas que mutação não sofrem
coisas tais que
só sofrem a ação de
serem as mesmas
ou quem sabe
neste senso
não são
sofrentes de nada porque sim o votante em potência
e essa é a
primavera é a
vera a verdade a
vera das veras
que ninguém quer primidade de ser primo digo
nem ninguém quer
ver a sua prima idade
(e
sua última)
mas sendo
eleitos leitões pra mamar deitados
quem o sabe
para o próximo e
longo inverno de Praga
nuclear ao catzo
nem ao quadrado
são o adubo que
não vai dar em nada
era como eu
começava
04 09 2012
7. A CALÇADA DE INFAMES
velociclísticos
e tramoieiros e provalecidos
de desordenado bando
casual
se reúne em
arrodeada de
relógio de sol
esse
de horário de almoço comercial e
contam seus causos cada
vendo
quem ri mais alto
e o que é não contado
é o quem ri por último
em carpe diem
um dia carpido
por ser o alfa
antes que a janta
os carpa
os cape
os descapacite
os decapite
do seu ponto alto
08 10 2012
8. DADO NO 7
calçada onde tem faço uma aposta no pensamento
vou fazendo escolhas
de quadrados
dizia einstein que deus não é chegado do jogo
de dados
uma goteira no guarda-chuva
lança pelo menos um dardo
na minha cabeça
já fiz essa aposta
no um
ano de retardo
que a
chuva veio
ela
forma a bacia amazônica com as ruas daqui
arrastando
um que sou eu a tirar
e quase
mandar o sapato
nadar
pra bem longe
pro
esgoto
qual se
fosse eu o cara pré-urbano
incivilizado
e
jeca-tatuado de pés descalços
e já
minha esposa
divide
inclusive o ilhéu de uma pedra
saliente
com
uma
ratazana sem vias
senão
decidir-se
ao nado
fica
decidida a igualdade
hoje
quando
quando
mais um
pouco e os carros
daqui a
pouco engasgados empacam
e
dejetam
condutores
à cata do próximo bueiro senão o próprio
e
querendo despejar quem sabe indigentes das marquises
ficam
tudo e
todos da mesma peça no tabuleiro
bem
jogado desse aguaceiro de deus que desaba
o mundo
e
que
desliza nas lombas em cascatinhas
pedras
pretas se iluminando por essa luz
por
essa que pouco passa
pro
asfalto as
águas
rolam &
rolo
sendo
eu um dado que pode
dar um
número improvável
19 09 2012
9. um antipoético
ginsberg
embora o guru ginsberg diga sob
este ponto de vermos
um antipoético
"meta a mão no
monte de merda"
"é o mundo"
dizer que "a política o fez sujo"
é uma outra das boas
suas
por enquanto uns como
eu
planejo me manter numa vida
asséptica embora
não tão de asceta e
vou limpando o lixo eleitoral das
propagandas que pela frente me infectam
05 1012
10. néscias vias
de monstros
10. néscias vias
já que juntos
em caos criativo não
cri
am se
não con
fusão desfusão.com
melhor se parar
melhor se parar
em
vias múltiplas
para cada
espécime
em uma
espécie de .org
org
desanizacão
inorgânica e contra
a no
ssa natura
mas não
no
ssa vida
não
melhor pra
que nun
ca nun chegue
às vias
nessas vias
não
não vivo disso
mas já vindo
nisso
embora
nem morto
não vou
não vou não
e nem que
nas ruas
pilotos de caça
me sobre
estrondem
nem que me apontem
pistolas
malditos
polícias de folga
seguros espiões
seguros espiões
e os tiros até ecoem
de monstros
o demonstro
em monstras
demonstrações
24 01 2013
11. Poemas
alegre
logradouro
do êxito
não hesito
em dizê-lo
são meus
ninguém rouba
objetos
que tem casa
aqui no peito
ninguém me rouba
o orgulho
de
ter vivido
e feito
(meados dos anos 1990)
11. Poemas
alegre
logradouro
do êxito
não hesito
em dizê-lo
são meus
objetos
que tem casa
aqui no peito
ninguém me rouba
o orgulho
de
Foto Janaína Bueno Bady, edição (simples) Adrian'dos. |
e feito
(meados dos anos 1990)