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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Olga Novo, quase novíssima poeta da Galícia, traduzida ao português.



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A ideia da beleza

F    O    D     E    R

Fora.
Fora tribo.
… Se bailasses comigo
haverias de comer o saber

cru
a impalavra do meu caráter montanhês
bárbaro
e abutral
haverias de beber as urinas benzidas por belze
bu
come

come
tu.

A forânea levo numa língua anticrista uma flor uma flor uma flor
tão aberta
que pensa
…se bailasses comigo
até me partir o espinhaço e fazer duas de mim
meu bem
se me visses bem
vem
e baila comigo.

Vivi com a boca seca como o deserto de Dakar
até tocar
a ponta infinitesimal das minhas mijadas
marquês
marquês do nada
só senhor da minha vagina noite imensa papila gustativa do mundo
vulva perfuradíssima
botão da terra
anti-lei da gravitação universal.

O centro da terra não atrai os meus verbos
eu te dou eles de comer na tua ânsia coprófila
esta excrementação silábica esta apalavração
que me inflama os intestinos
cheios de amor
e merda.

A ideia da beleza
cruzando o céu para o sul
na migração das aves
descreve a curva depravada
o grau mais alto
de poesia pura
caindo como o suor pelos teus poros
abertos que são
buracos negros
e uma coisa preciosa da astrofísica.

A ideia da beleza migra no teu guspe
essa substância que rompe a barreira do som
sobre mim
podemos
Foder
até romper a paus o espírito de Deus
podemos
Foder até sentir o cu da noite
onde ninguén viu as patas duma garça
anunciar a luz do dia
Foder
até arrasar as cordilheiras da miséria
podemos
Foder
até cair
sentir o crac do cromossomo do poder
podemos
Foder até tocar a nosa solidão com teu prepúcio só
Foder
nos
até o final
até ver a morte curvando-se na derradeira postura do prazer
Foder
até
Foder
e já não ser
mais
que a sombra duma dimensão fodendo a quatro patas
na borda do universo
tu e eu
Fodendo de joelhos
na noite estrelada da mente de Platão
pensando
talvez
na ideia da beleza.


Tradução Adrian'dos Delima
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 A idea da beleza

F       O       D       E       R
Fóra.
Fóra tribo.
… Se bailaras comigo
habías de comer o saber
cru
a impalabra do meu carácter montañés
bárbaro
e voitral
habías de beber os ouriños benditos por belce

come

come
tú.
A foránea levo nunha lingua anticrista unha flor unha flor unha flor
tan aberta
que pensa
…se bailaras comigo
ata partirme o espiñazo e facer dúas de min
meu ben
se me viras ben
ven
e baila comigo.

Vivín coa boca seca coma o deserto de Dakar
ata tocar
a punta infinitesimal dos meus mexos
marqués
marqués da nada
só señor da miña vaxina noite inmensa papila gustativa do mundo
vulva perfuradísima
botón da tierra
antilei da gravitación universal.

O centro da terra non atrae as miñas verbas
eu douchas de comer na túa ansia coprófila
esta excrementación silábica esta apalabración
que me inflama os intestinos
cheos de amor
e merda.

A idea da beleza
cruzando o celo cara o sur
na migración das aves
describe a curva depravada
o grao máis alto
de poesía pura
caendo coma a suor polos teus poros
abertos que son
buratos negros
e unha cousa preciosa da astrofísica.

A idea da beleza migra no teu cuspe
esa substancia que rompe a barreira do son
sobre min
podemos
Foder
ata romper a paus o espírito de Deus
podemos
Foder ata sentir o cu da noite
onde ninguén viu as patas dunha garza
anunciar a luz do día
Foder
ata arrasar as cordilleiras da miseria
podemos
Foder
ata caer
sentir o crac do cromosoma do poder
podemos
Foder ata tocar a nosa soedade co teu prepucio só
Foder
nos
ata o final
asa ver a morte curvándose na derradeira postura do pracer
Foder
ata
Foder
e xa non ser
máis
cá sombra dunha dimensión fodendo a catro patas
no borde do universo
ti e eu
Fodendo de xeonllos
na noite estrelada da mente de Platón
pensando
quizáis
na idea da beleza. 



Orixinal de Olga Novo

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