Poemas de Juan Manuel Bonet traduzidos ao português, Adriandos DeLima. Dos livros "Praga" e "Café des exilés".
CONTRA OS POETAS FUNCIONÁRIOS
Disseste, meu velho amigo Vítězslav,,
melhor que ninguém,
Praga
a dos dedos de chuva.
Mas agora reinas, atrás da placa
de uma negra limousine russa,
sobre Praga
a dos dedos de sangue.
(Praga, 1994)
BODEGA CUBISTA
Quatro garrafas, um jornal vespertino,
umas sombras chinesas, um frasco de pílulas
emagrecedoras, um ticket de bonde, o
recibo da luz, um convite para a ópera,
o informe de um espião:
somente falta, pra que esta bodega
possa adjetivar-se de praguense,
a sombra de uma cúpula
e um pouco de espuma de cerveja.
(Praga, 1994)
*No livro "Praga", de 1994, Bonet "fala" através de um poeta de vanguarda, talvez tardio (e "imaginário") que teria vivido na Tchocoslováquia após a II Guerra Mundial. Viteslav, em forma de transliteração corrente na língua castelhana, nome citado no primeiro poema dos dois acima traduzidos, claramente refere-se ao poeta checo Vítězslav Nezval, um dos principais líderes das vanguardas naquele país, criador do "poetismo", estética desenvolvida dentro do grupo Devětsil dos anos de 1920, o qual contou com colaboradores como Roman Jakobson e, posteriormente, um dos introdutores da tendência surrealista naquele país, a qual ele utilizou de maneira alternada ou fundida aos postulados estéticos desenvolvidos pelo grupo anterior ao regime stalinista, quando Nezval passou a gozar de altos cargos envolvendo o trabalho com a informação e a cultura, especialmente o cinema, e não havendo mais produzido obra poética de vulto desde então.
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LANOWLANOW
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CONTRA OS POETAS FUNCIONÁRIOS
Disseste, meu velho amigo Vítězslav,,
melhor que ninguém,
Praga
a dos dedos de chuva.
Mas agora reinas, atrás da placa
de uma negra limousine russa,
sobre Praga
a dos dedos de sangue.
(Praga, 1994)
CONTRA LOS POETAS FUNCIONARIOS
Dijiste, mi viejo amigo Viteslav,
mejor que nadie,
Praga
la de los dedos de lluvia.
Mas ahora reinas, tras la chapa
de una negra limousine rusa,
sobre Praga
la de los dedos de sangre.
Dijiste, mi viejo amigo Viteslav,
mejor que nadie,
Praga
la de los dedos de lluvia.
Mas ahora reinas, tras la chapa
de una negra limousine rusa,
sobre Praga
la de los dedos de sangre.
BODEGA CUBISTA
Quatro garrafas, um jornal vespertino,
umas sombras chinesas, um frasco de pílulas
emagrecedoras, um ticket de bonde, o
recibo da luz, um convite para a ópera,
o informe de um espião:
somente falta, pra que esta bodega
possa adjetivar-se de praguense,
a sombra de uma cúpula
e um pouco de espuma de cerveja.
Sumiiiu (ou "brincadeira de esconder com Stalin")
BODEGÓN CUBISTA
Quatro botellas, un periódico de la noche,
unas sombras chinescas, un bote de píldoras
adelgazantes, un ticket de tranvía, el recibo
de la luz, un invitación a la ópera,
el inform de un espía:
sólo faltan, para que este bodegón
pueda adejetivarse de praguense,
la sombra de un cúpula
y un poco de espuma de cerveza.
(Praga, 1994)
*No livro "Praga", de 1994, Bonet "fala" através de um poeta de vanguarda, talvez tardio (e "imaginário") que teria vivido na Tchocoslováquia após a II Guerra Mundial. Viteslav, em forma de transliteração corrente na língua castelhana, nome citado no primeiro poema dos dois acima traduzidos, claramente refere-se ao poeta checo Vítězslav Nezval, um dos principais líderes das vanguardas naquele país, criador do "poetismo", estética desenvolvida dentro do grupo Devětsil dos anos de 1920, o qual contou com colaboradores como Roman Jakobson e, posteriormente, um dos introdutores da tendência surrealista naquele país, a qual ele utilizou de maneira alternada ou fundida aos postulados estéticos desenvolvidos pelo grupo anterior ao regime stalinista, quando Nezval passou a gozar de altos cargos envolvendo o trabalho com a informação e a cultura, especialmente o cinema, e não havendo mais produzido obra poética de vulto desde então.
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ESPERA EM WILANOW
desliza o céu de outubro,
tão alto como é o som
de teus passos dentro de mim.
Na outra ribeira, uma carreta
avança. Um pássaro pesca.
Enquanto te espero, retenho
em meus olhos os elementos
que hoje, depois de tanto tempo,
compõem este poema.
(Café des exilés, 1990)
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LANOWLANOW
ESPERA EN WILANOW
Por el canal entre hojas muertas
se desliza el cielo de octubre,
tan alto como el sonido
de tus pasos dentro de mí.
En la otra ribera, una carreta
avanza.Un pájaro pesca.
Mientras te espero, retengo
en mis ojos los elementos
que hoy, después de tanto tiempo,
componen este poema.
Traduções Adrian'dos Delima
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