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sábado, 13 de novembro de 2010

Ronald Augusto, il miglior (des) fabbro: provocando um pouco


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ENTENDA QUEM QUISER

FILHO-DA-PUTA
esse Ronald Augustus que não se preocupa com
leitor seja ele leitor funcional ou não
FILHO-DA-MÃE
embora por o que sei à sua mãe
todo o respeito
era poeta pelo menos de receitas caseiras
para a família
bons sab(e)ores para a lembrança de quando criança 
e a ela devemos além de a:
Manuel Bandeira
a existência do Ronald Poeta:
vejam só de qual dupla ascendência perfeita
nasce um grande autor

direi: não entendo
e é só problema meu
...

Outro dia leio com orgulho o que ostento
mirrado livro em papel
com dedicatória de Ronald Augusto:
que recebi pelo correio:
NO ASSOALHO DURO (2007)
no assoalho duro temos uma base sólida para
um poeta de tanto peso
embora há mais de 30 anos o poeta escave seus fundamentos

do que passou no passado ainda saberei
...
e como há dito meu amigo invisível Henri Meschonnic

não sei
o que ontem
será
o que fará o passado
o desconhecido
não é amanhã
é o que ontem
fará de
amanhã

...

Em o NO ASSOALHO DURO
Ronaldaugusto
autor de uma poesia rediscursiva
ao meu gosto
.    .
.    .
Charles Bernstein
e outros muito poucos
desforma
ressignifica o dessignificado
rereferencia as não-coisas
e assim
reverências ao grande desfabro

...
O primeiro poema de Ronal Augusto que caiu ao meu gosto
(foi
fantástico)
foi a fantástica visão de uma vaca
"outra fera alegórica"


outra fera alegórica

a vaca cor de barro
eu vinha de longe em longe
quando ela me viu
achei no seu olho de boi
um ameaço

havia uma bifurcação
por onde enfiar a esperança
e o temor
ao pé de mim a cada passo
suas bostas

antes deste empate
eu ouvia os sapos
cada coaxar era um buraco
esponjoso de onde um som
de água opaca


não tenho idéia de qual seria a primeira referida não referida fera (se não os sapos, talvez os do Bandeira)


mas sendo fantástica
aquela é a vaca mais real que já vi de perto


sendo eu amador da poesia tipo Gary Snyder, chineses, japoneses clássicos
pelas trilhas por donde andei
já topei com a mesma


já em um trekking noturno certa feita encontrei o topoi bem vivo
o boi-da-cara-preta
(mesmo que à noite tudo seja pardo)


na minha própria trilha
não havia para mim bifurcação
a única esperança era fechar os olhos e seguir rezando
ou abrir os olhos e voltar para o real bem seguro atrás de mim


eu (um mas) nunca disse dessa vaca

Ronald a disse melhor que qualquer


e dante sua vaca só resta ir adiante e descobrir
sua mais poesia cheia de desvio, de Y, bi, tri, tetra (ou talvez bem mais)
forquilhada


GRANDE FILHO 
esse cara

elogio por Adriandos Delima

                                      
                                                                                   Visual poetry by Ronald Augusto


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2 comentários:

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