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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Le bruit des cabarets de Paul Verlaine, em tradução de Ricardo Silvestrin.




O som dos botequins...

O som dos botequins, a lama do meio-fio,
Os plátanos que se descascam no ar sombrio,
O ônibus, furacão de ferragem e breu,
Que range, mal assentado sobre cada pneu,
E rola os olhos verdes e rubros lentamente,
Os obreiros diante do clube, todos fumantes
Com os seus pitos nas narinas da polícia,
Teto com goteira, muro que é só caliça,
Asfalto gasto, rio de sujeira rumo ao bueiro,
Minha rota é assim - com o paraíso no fim.


Tradução de Ricardo Silvestrin

***

Le bruit des cabarets...


Le bruit des cabarets, la fange du trottoir,
Les platanes déchus s’effeuillant dans l’air noir,
L’omnibus, ouragan de ferraille et de boues,
Qui grince, mal assis entre ses quatre roues,
Et roule ses yeux verts et rouges lentement,
Les ouvriers allant au club, tout en fumant
Leur brûle-gueule au nez des agents de police,
Toits qui dégouttent, murs suintants, pavé qui glisse,
Bitume défoncé, ruisseaux comblant l’égout,
Voilà ma route – avec le paradis au bout.






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