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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Poema LXX, de Trilce, César Vallejo, tradução ao português de Fred Girauta.



César Vallejo, Trilce LXX


Todos sorriem do desleixo com que vou ao fundo, celulárico 
de comer bem e bem beber.

Os sóis andam sem jantar? Ou há quem
lhes dê grãos como aos passarinhos? Francamente,
eu não sei disso quase nada.

Oh pedra, almofada benfazeja enfim.
Amemo-nos os vivos aos vivos, que
às boas coisas mortas será depois. Quanto temos que 
querê-las
e estreitá-las, quanto. Amemos as atualidades, que sempre não 
estaremos como estamos.
Que interinos barrancos não há nos essenciais cemitérios.

O carreto vai no empino, a pico. A jornada nos esmaga o miolo, com sua 
dúzia de escadas, escaladas, em horizontizante frustração de pés, 
por pávidas sandálias vacantes.

E trememos avançar o passo, que não sabemos se topamos com o 
pêndulo, ou se com ele já cruzamos.

Tradução Fred Girauta


***

Todos sonríen del desgaire con que voyme a fondo, celular de comer
bien y bien beber.

Los soles andan sin yantar? O hay quien
les da granos como a pajarillos? Francamente,
yo no sé de esto casi nada.

Oh piedra, almohada bienfaciente al fin. Amémonos os vivos a los
vivos, que a las buenas cosas muertas será después. Cuánto tenemos que
quererlas
y estrecharlas, cuánto. Amemos las actualidades, que siempre no
estaremos como estamos.
Que interinos Barrancos no hay en los esenciales cementerios.

El porteo va en el alfar, a pico. La jornada nos da en el cogollo, con su
docena de escaleras, escala das, en horizontizante frustración de pies,
por pávidas sandalias vacantes.

Y temblamos avanzar el paso, que no sabemos si damos con el
péndulo, o ya lo hemos cruzado.

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